quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Por que não voto no PT?



Alguns esclarecimentos

Por Diego Polachini

Preciso manifestar os motivos pelos quais sou contra os projetos do PT, do Lula, e da maioria dos partidários desta sigla. Não há nada de pessoal. É puramente filosófico e ideológico. Uma breve explanação.

Não dá pra negar que o Brasil, sob o governo do presidente Lula, avançou em muitas áreas. É fato que a economia está fortalecida, que muita gente saiu da linha da extrema pobreza – mas continua pobre - e que grandes investimentos foram realizados. Nada mais que a obrigação.

Porém, ao mesmo tempo, muita coisa deixou de ser realizada, como, por exemplo, as reformas política e fiscal, investimentos em saneamento básico e infraestrutura. No entanto, os motivos reais pelos quais me colocam em oposição a este governo são de ordem ideológica.

Sou contra a política do pão e circo. Lula, em algumas ocasiões, disse que “o pobre não vota com a cabeça, mas com o estômago”. Ou seja, para esta classe, que é maioria no Brasil, pouco importa quem está no comando e o que tem feito. O que vale é a comida na mesa.

Sou contra, também, de tudo que faz referência a “domínio absoluto”. O PT nunca negou que tem interesse em controlar o País de alto a baixo e em definitivo. A exemplo disso, algumas declarações do “mensaleiro” José Dirceu e do ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, permeiam neste sentido.

O Estado Democrático de Direito, como é o caso do Brasil, deve zelar pela liberdade de imprensa e expressão. É a garantia de que nenhuma (utópico isso) força totalitária vai impor seu sistema de governo mesmo que demande o uso da brutalidade.

Concordo com Franklin Martins quando ele diz que “uma imprensa livre não significa que ela seja boa”. A qualidade da informação que é difundida depende essencialmente da qualidade dos jornais, dos jornalistas e dos sistemas de informação. Não podemos, também, confundir “liberdade de imprensa” com “libertinagem de imprensa”.

Apesar de ser jornalista, creio que existem muitos abusos de ordem ética na prática da profissão e que precisam ser revistos. Porém, não da forma como o PT sistematicamente tem proposto por meio dos seus deputados estaduais e federais, que pretendem, de certo modo, controlar e monitorar órgãos de imprensa.

Os governos anteriores ao do Lula não saíram ilesos de escândalos e de corrupção. Não há paladino na política, infelizmente. Mas as sucessivas revelações de esquemas e favorecimentos intermediados principalmente pela Casa Civil do atual governo superaram todas as previsões mais pessimistas.

O principal ministério da Presidência da República teve dois dos seus comandantes (Zé Dirceu e Erenice Guerra) depostos por corrupção. Mas o presidente Lula “não sabia de nada”. É aí que reside a minha indignação: a mentira e a dissimulação do Chefe do Estado. Isso eu não tolero.

Outra coisa que me causa ojeriza: sistematicamente, Lula insiste em achincalhar e desmerecer o governo do tucano Fernando Henrique Cardoso. Como se quisesse “riscar da história” do Brasil que um dia ele fora presidente. Errado. Todos os presidentes, inclusive José Sarney, Fernando Collor de Melo (aquele que foi derrubado) e Itamar Franco tiveram sua importância nos respectivos períodos.

Cada um ao seu modo e diante de perspectivas diferentes fizeram o que deveria ser feito. Collor abriu os portos brasileiros. Itamar Franco e FHC foram responsáveis pela criação e implantação do novo modelo econômico do Brasil, o Real. Quem viveu a inflação nos anos 90 sabe o quanto esta mudança foi fundamental para o início do crescimento do País.

Mas Lula insiste em jogar o povo contra o tucano, inflamando a massa na tentativa de desmoralizar o ex-presidente. Quem tem raciocínio lógico e uma boa dose de memória sabe como a atitude corajosa de Itamar e Fernando Henrique foi fundamental para os alicerces financeiros do Brasil. Devemos isso a eles. E a mais ninguém.

O crescimento do País seria conseqüência. Lula sempre soube disso. E não dá pra negar que Lula foi (e é) inteligente. Se o PT tivesse efetivamente implantado suas idéias difundidas desde a fundação as sigla, o Brasil não estaria entre as principais economias do mundo, um dos países emergentes de maior destaque.

Lula critica ferozmente FHC, mas seguiu à risca a cartilha econômica do PSDB. Ou você acha que o semi-Deus de Caetés daria sua glória ao “tucano de bico comprido”? Nunca. Ele não tem humildade suficiente nem para mencionar os governos de Collor e Sarney, seus antigos inimigos mortais, hoje amigos íntimos e aliados.

Estas são algumas das situações que não me deixam gostar de Lula e do PT. Mas isso não significa que eu não simpatize com alguns petistas, como é o caso do rio-pretense João Paulo Rillo, eleito deputado estadual. Eu inclusive já havia dito isso ao próprio JP.

No Brasil não se vota em partidos, mas em pessoas. Esta é uma cultura eleitoral, infelizmente. Porém, quando falamos em nível nacional, devemos pensar os candidatos com seu todo, com suas composições e pessoas aliadas.

Ao ver os amigos do Lula/Dilma – os internacionais Ahmadinejah, Fidel, Chavéz, Evo – que são Chefes de Estado legitimamente favoráveis ao totalitarismo, e ao comparar com a proposta de uma política liberal que a oposição propõe, deixa claro não temos muito a escolher. É votar contra. Têm também os tupiniquins Zé Dirceu, Palocci, Delúbio, Valério, Genoíno, Erenice...

Votar contra o PT não significa que sou a favor do PSDB. Isso não é verdade. No entanto, os petistas insistem nesta política maniqueísta de “se não são por nós, são contra nós”. O que eles chamam de “a turma do contra”. Lamentável.

Voto em José Serra 45 porque acredito que a principal reforma que precisa ser feita no Brasil é de ordem moral. Não dá pra saber se o tucano vai conseguir realizar, mas tenho certeza absoluta que não é a “turma do Lula” que vai se meter nisso.

Espero que compreendam minha posição. Votem em quem quiser. A liberdade da democracia brasileira nos permite isso. Sejamos livres, sempre.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Minhas impressões sobre mais uma batalha eleitoral



Coisas que valem a pena compartilhar

Por Diego Polachini

No próximo dia 3 de outubro concluo minha terceira campanha eleitoral. Não como candidato, claro. Apesar dos meus quase 25 anos, um menino entre os dinossauros, chego até aqui com três grandes experiências que vão além de meramente profissionais, mas aprendizados para toda vida.

Em 2008 tive a grande oportunidade de coordenar as gravações, edições, produção de conteúdo e grade de programação dos candidatos a vereador da coligação que elegeu Valdomiro Lopes prefeito. Eram mais de 130 candidatos sob minha responsabilidade. E que responsabilidade.

Quem já trabalhou com candidatos a vereador sabe o quanto é difícil lidar com eles. Todos ansiosos para aparecer na TV e tentar conquistar a simpatia do público. Meu celular tocava 130 vezes por dia, às vezes mais, com cobranças do tipo “você quer me ferrar”, ou “está favorecendo o outro”. Uma loucura.

Mas foi tudo muito bem. Acredito que tirei de letra. Passei noites em claro editando programas ao lado do meu amigo Ibraim. Para descansar um pouco deitava no chão do estúdio na tentativa de aliviar a tensão. Mas valeu a pena. Foram 11 vereadores eleitos nesta coligação, a maior da história.

Ao mesmo tempo, naquela ocasião, cuidava um pouco de longe dos materiais do então candidato a vereador Paulo Pauléra. Fizemos dois excelentes VTs que deram total destaque a ele, que alcançou 3.465 votos. Além disso, uma boa parte do conteúdo impresso foi produzido por mim nos intervalos entre uma edição e outra, entre um marmitex e um copo de coca.

Dois anos depois, hoje, para ser mais preciso, tive a honra de fazer toda a campanha visual e de conteúdo de Pauléra, que é candidato a deputado estadual com o número 11.999. Formei os conceitos, o site e o twitter (apesar de não ser a mola propulsora da campanha pelo perfil do candidato), além da assessoria com a imprensa e demais veículos de comunicação.

Estamos a dois dias do pleito e posso considerar uma campanha vitoriosa em vários aspectos. Todo o planejamento estratégico pensado ainda em fevereiro deste ano aconteceu perfeitamente. Os prazos, a estrutura, o material, tudo conforme colocado no papel.

Um fato curioso: muitos candidatos disseram que “nos precipitamos” ao sair na frente com nossa campanha visual ainda em julho. Chamaram-nos de “loucos” e que não teríamos “fôlego para a chegada”. Erraram. Nossos passos foram dados de acordo com o tamanho das pernas e sabíamos como seria esta chegada.

Ficamos com os famosos “clones” do Pauléra 25 dias sozinhos nas ruas de Rio Preto. Nenhuma outra placa ou cavalete dividia o palco com a gente. Toda a cidade tomou conhecimento da candidatura de Pauléra a deputado estadual de uma maneira diferente e criativa, levando a imprensa a noticiar por várias vezes os “bonecos” nos canteiros e rotatórias das avenidas.

Criamos materiais específicos para cada segmento e cidades trabalhadas. Trabalhamos puramente com a verdade, sem invenções nem mentiras para conquistar votos. Mostramos quem de fato é Paulo Pauléra, como trabalhou, o que pensa e o que pretende fazer para nossa rica região de Rio Preto.

A vitória ainda não aconteceu e nem sabemos se ela verdadeiramente virá. A única certeza que tenho é que todos os envolvidos nesta campanha vão sair maiores do que entraram, principalmente Paulo Pauléra. Não dá pra saber a quantia de votos recolhidos nas urnas, mas certamente o atual candidato a deputado estadual será visto com outros olhos pela população rio-pretense.

Não foi preciso “pendurar” em terceiros para fazer campanha. Pauléra jamais “grudou” sua imagem à de alguém “de mais prestígio” como fizeram outros candidatos. Seus votos serão absolutamente seus, sejam quantos forem. E disso ele poderá se orgulhar.

Estou plenamente satisfeito com tudo. Graças ao Deus Pai e seu amado Filho, Jesus Cristo.