quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Em 2011, mude!



Uma vida melhor em 2011

Por Diego Polachini

Ano entra, ano sai. Os desejos, as promessas, os planos e as metas são traçadas novamente e da mesma maneira. Esperamos um ano melhor, “com muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender”. Ansiamos por um momento onde a justiça social possa ser finalmente a base da sustentação e não apenas mote de campanhas e vinhetas de televisão.

Queremos que nosso vizinho contenha seus cachorros, que pode suas árvores ou que limpe sua calçada. Queremos que o prefeito seja o super homem e resolva todas as mazelas arrastadas pelas décadas. Queremos um país menos corrupto e mais preocupado com a sustentabilidade. Queremos um mundo menos poluído e repleto de paz e harmonia.

Mas o que temos feito? Temos gastado mais do que ganhamos. Nos preocupado mais com o trabalho que com nossa saúde. Deixamos de lado a caridade e pensamos apenas em nós mesmos. Criticamos nosso vizinho, mas os ajustes da nossa casa sempre ficam pra depois.

Julgamos o prefeito, porém não nos colocamos à disposição para ajudá-lo a governar. Desejamos que os deputados não sejam corruptos, mas não devolvemos o dinheiro quando a moça do caixa nos dá o troco além do que deveria. Desejamos um mundo mais limpo, mas não separamos nossos lixos como deve ser feito. Queremos paz, mas temos preferido a guerra pela guerra.

Para 2011, mude de opinião. Tenho buscado mudar a minha. Enxergue as coisas pelo lado positivo. Proponha mudanças e não espere apenas que elas simplesmente aconteçam. Seja um agente transformador e não um passivo observador.

Podemos ser ainda melhores.

Feliz 2011!

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Natal, comércio e vaidades



O clima de Natal acabou

por Diego Polachini

Contei nos dedos o número de residências enfeitadas para o aguardado Natal. Aquele clima emocionante de outrora parece ter dado lugar ao cinismo fraterno e ao desdém. O que era uma regra para a maior parte das famílias transformou-se em evento casual. Os tradicionais encontros para cear na noite do dia 24 de dezembro já não são como antes. Até o show do Roberto Carlos não comoveu tanto quanto no passado.

Uma interlocutora disse hoje: “O Natal é chato”. Para chegar a esta conclusão ela usou como parâmetro as festas de Ano Novo. “Aí sim é mais animado”, completou. É fato que para muitos o Natal não tem sentido algum. Traumas familiares podem ser causadores deste desprazer e contribuem para um clima menos feliz.

Um amigo comentou: “O Natal é a época em que as pessoas fingem melhor”. Fato também. Pessoas que só pensaram em si ao longo do ano são movidas pelo “espírito natalino” de fazer o bem ao próximo. Um evento pontual, mais voltado ao marketing pessoal que para ação de graças, e que não prosperará nos próximos 12 meses, ganha as rodas sociais. Vergonha alheia. Jesus Cristo, teoricamente o aniversariante do mês, ensinou que “nossa mão esquerda não deve saber o que a direita faz”. Ele completa: “Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens...” – Mateus 6:2.

O clima de festa deu lugar a um enebriante tom de cinza típico de funerais. Posso afirmar que o coração do homem está mais cauterizado e endurecido. E temos motivos para isso. O mesmo Jesus aniversariante disse, há dois mil anos, que no fim dos tempos os sentimentos seriam ultrajados. “E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará” – Mateus 24:12. O amor está frio. Não queremos saber do outro. Pensamos em nós mesmos. Nosso ego fala mais alto. E o ensinamento do próprio Cristo, que no Natal teoricamente é festejado, fica pra depois e é deixado de lado.

As demonstrações públicas de afeto não existem mais. A rixa é mais presente que a comunhão. A cobiça toma o lugar da partilha. Os olhos são maiores que o coração. Salomão, filho de Davi, o mais rico e mais sábio dos reis, declarou ao fim da sua vida: “Por isso odiei esta vida, porque a obra que se faz debaixo do sol me era penosa; sim, tudo é vaidade e aflição de espírito” – Eclesiastes 2:17. Tudo é vaidade. Vaidade de vaidades.

A memória desta terra não subsistirá. Tudo cairá no esquecimento em questão de tempo. Observem o passado. Pouco restou das obras dos homens de outrora. O resto foi vaidade. Vivemos, desejamos, sonhamos, lutamos, conquistamos e perdemos. Um ciclo de altos e baixos, de prós e contras, que termina no apagar das luzes, com a morte. O que tem depois?

O Natal do dia 25 de dezembro não tem nada a ver com o nascimento do Filho de Deus. Este Natal comercial, ávido por vender cada vez mais, não resplandece os ensinamentos de quem ele estima comemorar. Está longe disso. Aos poucos as pessoas estão percebendo isso e têm deixado de lado esta obrigação anual. Mas em vez de ignorar completamente os motivos do nascimento de Jesus devemos observar que “a vida é mais do que o sustento, e o corpo mais do que as vestes” – Lucas 12:23. Tudo é vaidade, mas Jesus Cristo é o pão da vida.

Aquela paz!

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Considerações sobre o tal "efeito cascata": entre o legal e o imoral



Fazendo as contas no Legislativo

por Diego Polachini

A onda do momento é o tal "efeito cascata". É bonito falar nisso. Faz o interlocutor parecer intelectualizado, atualizado, politizado, e outros ´ados´.
Para quem não sabe, esta frase está inserida no contexto do recente aumento de salário dos deputados federais e estaduais. Muitos acreditam que tudo acontecerá de maneira automática nas Câmaras Municipais do país, concretizando o tal "efeito cascata".

Pode até ser verdade. Mas há ressalvas. Mesmo que a Câmara de Rio Preto, por exemplo, queira aumentar os subsídios dos vereadores nos próximos dois anos, ele só valerá para a próxima legislatura. Ou seja, em 2013.

Vamos aos fatos da maneira mais didática possível.

O Artigo 29, inciso VI, ítem ‘e’, da Constituição Federal, prevê que municípios com 300 mil a 500 mil habitantes podem remunerar os vereadores com ATÉ 60% do subsídio pago aos deputados estaduais.

É constitucional, porém não é regra. Os 60% são o teto das remunerações. A Câmara decide o quanto quer pagar dentro desta margem.

Ribeirão Preto, por exemplo, tem mais de 500 mil habitantes. Portanto, lá o teto de referência aos salários dos deputados estaduais é de 75%.

Apesar de São José do Rio Preto ter teto de 60%, a Câmara paga aos vereadores 39,02% dos atuais R$ 12.300 pagos aos deputados.

Já em Ribeirão Preto o valor pago aos vereadores é o máximo, ou seja, 75%, que corresponde a um subsídio de R$ 9.288,04.

A Câmara de Rio Preto poderia, por lei, pagar aos seus vereadores subsídio de até R$ 7 mil, mas preferiu manter os R$ 4.817,70 brutos.

Portanto, o Legislativo rio-pretense é um dos mais enxutos entre as cidades de médio e grande porte, ao contrário do que se costuma vender na imprensa ou nas rodinhas de boteco.

Sem falar que a Câmara de Ribeirão tem sete assessores (a de Rio Preto tem três), um motorista para cada vereador (a de Rio Preto não, mas poderá ter devido o fim do atual contrato com a empresa terceirizada) e ainda dispõe de verba de gabinete (a de Rio Preto nunca teve isso).

É preciso ter critério na hora de jogar a Câmara Municipal de Rio Preto na lata do lixo, na vala comum, e fazer dela a escória dos poderes.

É preciso conhecer outras realidades e perceber que as coisas não são do jeito que normalmente querem nos vender.

É legal este aumento escandaloso dos deputados federais e estaduais? Sim, é legal, porém é completamente imoral. É justo o aumento dentro da margem da inflação do período, que foi 20%? Sim, justo, legal e moral.

Os excessos é que devem ser contidos.

Esta é minha opinião particular do assunto. Nada tem a ver com minha posição profissional. Que fique claro.

Abraços.

Diego Polachini